eu de mim

25 junho 2007

disso aí

fazê di conta qui é assim... disso que é instante de retalhos. a história. não aquela dos livros. mas das pessoas. sim, nós. memórias. pessoas de carne e osso. assombradas com a finitude do retrato. com o desbunde que é estar vivo. e mesmo com a possibilidade do gosto de uma jaca doce. isso que se faz importante no momento. desse retrato obtido sem a menor luz, mas que firma o debate da vida. essa é a tal estória dos homens que se infectam de seus odores cotidianos pra lembrar do que são feitos. armadura. cimento. cinzento. sabre. gôiva. unha. casca. medo. raiva. mas que também tem lugar pra asa, loucura, fogueira, mão, sonho, amor e coragem.

24 junho 2007

disso que é olho

vês o que tem pra dentro do olho. disso misturado. distraído. aquilo que contrai os mortos serenos. enxerga, vai. vê teus olhos do que são feitos. encara tudo agora. mas fala tua verdade. tua vestida verdade. fere de veneno e me deixa cair. fere de coisas sãs, pois a insanidade é feita praqueles mais que sábios. não sei fazer de tudo isso. o que espalho daqui? quer espantalho daqueles corvos saltitantes. mas que se biquem enquanto há vista de horizontes. vista que o cemitério está cheio deles. mas não te esqueces de ver daquilo da trave do olho. porque sei que dói. as tais escrituras já falam de algum tipo de trave. não te conserves assim tão sapiente das coisas alheias. respira teu pó. enverga tua alma. saia daqui, pois os vacilantes já te rondam. e o meu saco já está cheio de quinquilharias. mas vê teus olhos. deles são feitas a tua farinha. da tua comida. da tua caganeira. vê que soluças prum deus ateu. mas que rogo aos céus que meus curumins me infestem de aldeias pra que mais possa cair sobre a terra, e dela me tirar teus olhos. arriscar uma senha. pra mais poder comer das ervas daninhas que sobram no terraço de ferro e palha.

15 junho 2007

festa no rio 055

lá tá o sapo de barba cavanha e tudo. lá tá o sapo comendo banha. lá tá o sapo com seu jeito de 20 e poucos e mais. lá tá o sapo bebendo da tal revolução. mas que bicho é esse? tá lá aquele sapo que insiste em coachar seu grito de macho e tudo mais! mais que sapo ensaboado! mais que sapo mais fora do brejo! sim, tá mais pra peixe-boi!

pra muito dizer não

muito pra falar não. muito pra sair não. mas essa espera de tudo cansa sim. esse troço de papos de quem resiste, porquê resiste é coisa torta. tudo muito mal entendido. mas muito já dito. digo eu. todo esse troço que parece não ouvir, nem ver. é do movimento que estou dizendo-fazendo, desse que me exponho, quando me imponho. que me esporro a cada fala pra cada gozo. mas cada morto, mais dessa fala. desse sintoma de violentos processos em que a mudança é vertiginosa, mas que parece ela não perceber tudo isso. sim, minhas bagagens são só minhas, mas porque não ver o que carrego nelas, pois muita coisa ficou na alfândega das coisas imprestáveis. enquanto isso, todos esses corvos se aproximando pra salpicar do sal e do doce daquela imensa praia. mas não é disso que é mal(dito), mas de quem não vê o que sempre existiu desse lado da quadra. de um outro lado de tempo em que eu veio me buscar.

07 junho 2007

cabimento

não que me acorreie
sempre que te semeie


- palavras vãs
sem correias
ventarola solta
sonda de vadiagem
que repousa entre os estrondos
que reforça meu ventríloco
mas que também suporta o sufoco da hora
do soco ferino
da onda crispada e sem defesa
do morno momento
QUE ACORDA
pra degolar quem te afana a hora
e que te sempre aponta o dedo
mas pra si mesma
pois pra cima de si o vento que te leve pra bem longe daqui!