auto-crítica da escrita
estranho dizer isso, mas tenho a sensação de que estou donde tios já estiveram. olhando pra fora. cortando as luzes da casa pra mais melhor ver do escuro das coisas. estrelhinhas. e estranhamente estou aqui dizendo que de alguma forma parte disso me faz. o estranho de ser a comunicação e o diálogo dentre todos esses que já me falaram zilhões de vezes. tudo cabe num prato pra melhor comermos cada pedaço de gente. cada pedaço de voz. é a antropofagia do lar. tornar tudo mais estranho e familiar. é o distanciamento dos movimentos cotidianos, fazendo perceber em qual retrato fico melhor. mais leve. numa leveza que possa parecer com o olhar canino dos bichos da nossa casa. não sou o estranho que dita isso. sou mais parecido comigo desse lado das coisas. mas que não tomo a distância para esquecer de onde venho, pois disso não me valho. mais vale saborear as pessoas que se fazem para ver o que nelas também sou.
não nunca mais língua por aqui
a menina da foto tem seu chapéu
parece ser essa distração de viver que vive encomodando a danada morte. nem me parecem 30 e tantos anos. nem isso aqui que digo que não sei o que é. vulto noturno. sombra asquerosa. meio de mim. nao sei o que daqui. nem as salas cheias de aula. nem as aulas com todas as suas vagas. acho que mesmo sou eu. dia. parece isso. coisa sem signo. matriz de madeira. caixeta. e que corre o estilete. caramba, cheio de musgo. faltando tinta de impressão.
vinhos e vinhedos:
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