eu de mim

30 novembro 2007

dança guarda-chuva

outro dia outro caminhando pela rua do centro da cidade essa e com o guarda-chuva aberto fiz dança do mesmo pois no meio do traçado do passo vinha outra caminhante também desatenta e daí começamos nossa dança de sombrinhas quando ela sorriu dança de chuva e sorriso simpatia vitalidade de situações inusitadas que guardam qualquer beleza novamente revelada.

pessoal demais

os senhores absurdos de uma via em retas discretas. o senhor de barba acocorado cavando sobre si a rima sincera. o gozo repentino repetindo falas diretas. a metamorfose do corpo. envelhecimento. o riso menos frouxo. o caralho das escutas alheias. essa coisa de mesa em que os bares não se bastam pela pinga que se bebe. falta aquilo mais. é como caminhar entre horizontes pessoais e colher o que melhor te serve. por isso também escrevo. para explicar os monstros e moços que de repente cansam de assombrar para assobiar uma música de ouvido. cantar também passarinho. arapuca. araponga. na pomba do susto. como asas estalando na cria do vôo. mas o que mais comove dentro de toda essa caça de sentido são as mãos dentro do ônibus.

23 novembro 2007

ximbicamila

palavra-nome para o principiante : ximbica (mas que também poderia ser com "ch") foi palavra ouvida pela primeira vez no filme "dona flor e seus dois maridos", pronunciada e anunciada por vadinho.
esta palavra além do que se refere, tem o cheiro, o gosto da medida necessária do que ainda seria. coisa não muito séria, mas com a devida seriedade de tudo. tem toda essa fantasia pelo tato. a aspera e doce linha de um sulco fechado.
a fala entre a língua e a boca na pronuncia mole que a matéria exige.