eu de mim

26 setembro 2007

desta casa que me chamo

estranho dizer isso, mas tenho a sensação de que estou donde tios já estiveram. olhando pra fora. cortando as luzes da casa pra mais melhor ver do escuro das coisas. estrelhinhas. e estranhamente estou aqui dizendo que de alguma forma parte disso me faz. o estranho de ser a comunicação e o diálogo dentre todos esses que já me falaram zilhões de vezes. tudo cabe num prato pra melhor comermos cada pedaço de gente. cada pedaço de voz. é a antropofagia do lar. tornar tudo mais estranho e familiar. é o distanciamento dos movimentos cotidianos, fazendo perceber em qual retrato fico melhor. mais leve. numa leveza que possa parecer com o olhar canino dos bichos da nossa casa. não sou o estranho que dita isso. sou mais parecido comigo desse lado das coisas. mas que não tomo a distância para esquecer de onde venho, pois disso não me valho. mais vale saborear as pessoas que se fazem para ver o que nelas também sou.