eu de mim

27 setembro 2007

auto-crítica da escrita

meu texto pequeno. bufão. sem jeito. raso. vadia de rua em rua. pelas calçadas molengas de uma tarde de sexta. reclama. sofre. remedia a ignorância. é vão por ai. sucumbe. agrega valor. consome gás. filtro das merdanças diárias. mediocriza a letra literária. sucumbe diante da polifonia dos sentidos. se repete. desgasta. castra. foge ao sentimento. adormece. funga o cu alheio. retira-se da passagem olheira dos que aqui se passam. quer fitar mímica do teatro cotidiano. a escrita é fraca. não tem a consistência necessária do tempo. mas se serve pra vã mortalidade de quem parece ter de matar um filho-da-puta por dia. sim, me parece honesta. sem rodopios semânticos que podem cansar ao leitor em desalento. é um rosto no meio de tanta cara uniforme. cria seu movimento. sua rota. soletra letra de música. é sinal de campanhia da casa da memória. pois explico por aqui, em algumas passagens, o caminho de memória que sofro. pois sofro de memória! sofro de saudade! das amizades feitas e desfeitas, e por aquelas que de alguma miséria também terão mesmo destino! a escrita daqui se serve pra isso. pro convento das minhas idiossincrasias. para o alarde do sofrimento e da alegria de estar vivo. por isso, convido-os a fazer parte dos dias dessa bagunça de quarto. pois assim me parece a casa da minha escrita, em que rodopio e danço com a música que pode, repentinamente, ser alterada. é quando tudo pode ser novamente vivido para desalinhar a conveniência do álbum de família.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

tua escrita, minha inveja.

3:19 PM  

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