dorival
ontem fiquei de escrever algo sobre a sensação de escutar por mais uma vez dorival caymmi. é um tipo de música que me leva pra dentro do quarto do som philipps da casa da tijuca, em que o velho braz vez ou outra colocava na velha vitrola seus músicos. lá pelas tantas caia sempre um luiz gonzaga, um dorival caymmi, um carlos galhardo, francisco alves... pessoas de anteontem. a lembrança cativou minha distancia desse tempo, me trazendo pra junto dos gostos de outra hora. nesse meu exercício de lembrança, o escuro das coisas se faz de outra maneira. o braz não escuta mais desses homens cantadores, pois seu tempo de hoje parece ter levado pra outros lados que não mais disso aqui que escrevo. a velha vitrola não existe mais. os discos estão lá empilhados tomando poeira e tempo. qualquer hora abraço pra mim aqueles vinis cheio de dedos, e riscados pela impericia das mãos incaltas do velho. ontem tive dificuldade em terminar de escutar aquele caymmi, que não estava mais em vinil, mas num cd que reproduzia um antigo álbum de 1964, quando o tal cantor e compositor "visitou" tom jobim. parei na música saudade da bahia. voz de cantador. voz do avô.
que tempo mais estranho em que esses traços de memória se tornam dor contínua!