eu de mim

12 julho 2007

medo em dia

o abraço medo
do terço de metáfora
cai sobre a mesa muito familiar
e se descobre fazedora do tamanho de gente
que cá se mostra
medo dá pois da sua pele muito se esconde
epiderme fétida e lacrimosa
acuada e presente
desse medo que é pouco de tudo
saco velho
o bode expiatória que mora no inferno
que ri pra mais sátira criar de si
do verme que afaga as entranhas
escavando tecido pra lá criar morada
no quente das coisas
que pouco fala
mas que é muito de ouvidos
resignando o corpo numa fechadura cega
em que o corpo vigia sua dor
e trafega rumo ao escuro de si.