eu de mim

17 julho 2006

jacobina devassa sem filtro

a curitiba de outras retas e ângulos foi novamente revisitada por aquele seu antigo inquilino. a cidade de vários traços urbanos chegou novamente pra avisar que é possível caber na palma da mão meia dúzia de espaços a serem habitados. ao pé de um fim de semana, lá estavam diogo, cassandra, tiago, camila e gil. viajantes do por aí. do para lá. viajantes de si mesmos. agentes do pra cá. figuras que saltam do picadeiro para melhor compreenderem seus números. suas exitações. são transeuntes de uma cidade de transeuntes. a curitiba mulher. de belas bordas verdes. saltos acrobáticos no centro de suas intenções discretas. a cidade se arromba para estas cinco criaturas. imagens imediatas de um cinema de deformidades. o sujeito de dentro. aquele, escondido, brutal na sua fala. fulano de tal. o covarde. o calado. aquele com quase 35. aquele de barba pra mais crescer. aquele que se brinca de professor, mas quer mesmo é brincar. aquele que habitou a saia daquela cidade de mais de 300 anos. essa velha senhora embebedou todas aquelas figuras que se traziam de afeto e traçado de histórias. as quatro. o rapaz ramone. o rapaz camelo. o rapaz que cai. tropeça em si mesmo. no cadarço. no cadafalso. no tropeço de ser. o rapaz figurado dentre os vários corredores que percorre para chegar ao não de si. a cidade avança. envelhece. é carcomida por falta de milagres urbanísticos que a salve da condição de qualidade de vida. mas tem também aquela moça que se fez cinema sobre o filme "la chiave di casa". dela que se descreve como senhora de dois gatos. dela que tem quintais. de que pouco sei. de pouco falo. a moça ao analisar o filme, também se achega pra mais dentro do filme. pra mais dentro daqueles que se revestem de problemas para mais clareza termos sobre o script da próxima ação. mas quem vem lá? aquela cidade mais que habitada. mais que habituada a montanhas de gente em vagões de ônibus que chegam pra mais carregar gente que se habitua a se amontoar sobre os cheiros numéricos do aumento populacional. tem mais aquele moço de erudição nada barata. é do vômito que se alimenta. na prece, por muros adiantados sobre seus olhos revestidos de sal. que ardem. que afloram os trejeitos de uma risada que camuflam aquele menino alegrense. e que tem em seus óculos a visão da escrita alheia no suburbio das coisas facadas, e que é inventor do riso cantado. mas tem o cimento daquela cidade. tem a cidade em curitiba de ypês. da curva assinalada. do projeto de saber onde tudo vai dar. tudo desenboca no tal rio de cheiro de merda. curitiba de merda. metida cidade que se proclama mais sabedora dos seus habitantes. mal sabe ela que bem dentro dela a subversão é alcançada como fina navalha que comete o suicídio social de ser a curitiba dos postais, e não dos postes mijados, cagados, sarrados, enfiltrados na asneira de suas tranças. e dessa outra menina, me faço quase sempre sabedor. quase me sei com ela. quase avesso à raiva de ser quem é. ela que fala tanto de mim, mas também dela. ela que é precisa e que também sabe se precisar. a menina dança. arranca o sorriso e cai ladeira abaixo se esfolando pra quem a queira passar com a mão sobre seu vestido. aquele que alcei um vôo matutino por cima das tapetes da outra casa. ela que se joga do quinto andar, não como ato suicída, mas de vida. ela que trepa com a vida. que cais! que mais?! que singela canção buarquiana possa dizer pra ela? não admito falar dos olhos, pois são o que parece de mais óbvio nela! não são os olhos que me chamam pra ela. é o jeito contorcido de viver pela beirada do meio-fio, cantando uma qualquer canção. braços se equilibrando no corpo fino. e que parece me voar. eu que me agarro nos cabelos pra mais cavalgar sobre os fundos acertos do desejo mais que direito. o fundo recortar das coisas caras. o fundo das coisas ralas. a fundura daquela cidade em jeito de bacana. cidade de leminski. cidade porteira. que se abriu pra mim num fim de semana de julho.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

puta porra bonita do caralho seu barbudo pim pim

;~~

11:16 AM  

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