eu de mim

01 junho 2006

ovóides da tv

por este texto tv acoplado ao plug numeral. isto nada tem com aquilo que julgo ver num cubo imagem. intenção de descolorir o espaço tomado pelos retratos mal acabados de uma velha senhora máquina de tirar fotos. mas de que troço tô dizendo? esta pergunta limita o correr com as notícias mais cínicas sobre o que um quadrado de imagens coloridas e em movimento querem nos dizer. estou jogando fora o excesso de informação. o excesso de excremento diário do jornal da manhã, da tarde, da noite, da madrugada, da manhã. da tarde. da noite. da madrugada. estou jogando fora a madrugada, a tarde, o dia, a noite. estou colocando pra fora todo aquele chuvisco de cotidiano que não me serve pra muito seguir adiante. não me serve esse caminho de notícias corridas sem muita atenção pra quem se fala. sem muita tensão do que realmente quer dizer. mas cá entre nós: pra que se vale de tanto noticiário, se a vida é uma eterna roda gigante que pende sempre a se repetir?! pra que tantas fátimas bernardes e willians bonners? melhor o cid moreira, aquele da cara plastificada e a voz emprestada aos velhos salmos, pelo menos é mais verdadeiro no objetivo do tal ofício de informação da carcomida tv. quero ver o casal daqui a 20 anos! provavelmente já terão sido engolidos pela máquina que estão escravizados. mas lá estará a mesma notícia. o mesmo pano de fundo. talvez já não exista mais a tal tv, mas chips eletronicamente eficientes já instalados ao pé do ouvido para que tenhamos a sensação de que estejamos vivendo a notícia. e melhor, com a voz do eterno, e já mumificado, cid moreira.