eu de mim

18 abril 2006

passarada


Avisto daqui desta janela sem cortinas de pano, andorinhas de vôo quântico. Serelepes em busca da desordem dos horizontes tais, que se desdobram em fortes manobras que... ué?! Foram embora. Foram para outras paragens. Outros fios de pouso mais firme. Mas é que tem também gavião. Manobra arriscada. Vira presa. Seguindo o ciclo da vida. O predador na busca de sua sobrevida. O dia está para isso. Olhar pela janela. Deixar a imaginação aguçar diante das imagens vivas que acontecem diante do olhar atento. Sem fita métrica. Sem querer fazer poesia de pouco caso. É ao acaso que tudo acontece. Sem forçar a barra. Sem cair no uso das coisas fáceis demais. Sempre deve haver a busca. Sempre. Sempre a mesmice dos dias percorridos de sentidos. Sentimentos colados juntos a imagem de tantas colagens possíveis. Buscar enredos para histórias férteis que movimentem a cabeça para o lado. Para o outro lado. Quando é possível vislumbrar um beijo. Um carinho repentino. Sem pedido. Sendo ele, apenas ele, o motivo do querer. Parece que as andorinhas estão voltando ao seu pouso inicial. Um grupo. Quase vinte. Sem contá-las, quase vinte. Um grupo grande. Que voem sem a medida matemática do vôo cronometrado ou milimétrico. Que sejam simples andorinhas numa tarde de domingo.

Fev. 2005