eu de mim

07 fevereiro 2007

des-bolívia

sem breque. ladeira abaixo. comboio de loucuras parentais que se comovem na andança de velórios sentimentais. cordilheiras costumeiras que se abrem aos trópicos daqui. nem mesmo verso que caiba minas de potosí. suas faltas de estradas. seus arremedos de civilização. cholas e tolos. todos num descabido de terras partidas. não existe o espanhol. não existe cá o português. nem a língua. nem latim. mas a palavra das amarras colonias que parecem se desfazer em novos fazimentos. novas cadeias. novas masmorras. novas liberdades. isto é uma gente que se diz em silêncio. que berra pra dentro. grita comigo pra que algo caiba mais dentro aqui. os movimentos sociais se dissipam frente uma egotrip sem tamanho. quer mais horizonte. mais gente rindo à toa. tudo ainda mais à toa. rindo à toa. força que vai do indivíduo pra dentro de casa. e que se transforma. que se monstrua. também se perde. se fede. os engodos passados ficaram para as moscas desconfiadas do gosto da merda toda. às moscas, seu ddt mais que merecido. que se fujam daqui, pois o moço da casa tá mais pros cachorros e pra moça. tá mais pra vida que pro silêncio dos médiuns intelectuais que se verbalizam numa alcova de poucos gozos. tá mais pra tom zé. mais pro verbo rasgado das bem-vindas amizades. pois gosto delas. cativo-as para que sejam mais sempre aqui. pra que distanciem cada vez mais aquelas moscas varejeiras que mais peidam dos desconhecimento alheio como víboras que se transformam na pele de um falso profeta. mais pra dentro. e sem a tal da psicanálise que me prega um parafuso a mais diante da racionalização de um sentimento devido. atrevo a concordar que o mundo é mais pra lá, do que cá comigo. é menos umbigo e mais pro abraço do braço devido. menos "abandono" e mais a presença de si mesmo. mas em tudo isso me começo a dizer que tô mais pra hoje do que pra ontem. talvez seja mais lennon que o macacocartney. e pra agora, sinto que ainda voltarei às minhas metáforas, pois delas sou mais sincero que a cegueira de um borges... e mesmo da minha falta de leitura às letras civilizatórias do bom-senso literário... pois leio o que bem me quer. aquilo que atinge meu hálito, pra que sirva de hortelã ou pura merda. mas que se diga dos olhos abertos e carcomidos que de leitura não me falto, (repito) pois mais pro mundo do que pro próprio umbigo.

3 Comments:

Blogger c. said...

a disponibilidade do moço tá na mesma ordem: dos cachorros e da moça?

amor meu.

C.

6:57 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ufa! Fiquei sem fôlego!

7:45 PM  
Anonymous Anônimo said...

A propósito da oposição (que na verdade é muito mais complementaridade)entre Lennon e McCartney me lembrei do Ian MacDonald - o cara que escreveu a bíblia dos Beatles: "Revolution in the head". Ele explica a química criativa dos caras de Liverpool a partir de um esquema binário entre os temperamentos dos dois líderes. Lennon: mais radical, profundo e subjetivo - com tendência à introspecção. McCartney: mais propício à beleza daquilo que é exterior - podendo nos melhores momentos atingir o sublime; nos piores, degenerar numa flacidez superficial (porém lanço-me de imediato em sua defesa: esses momentos não são tão frequentes assim!).
Seja como for, lembrei-me do e-mail que eu te mandei ontem em que falo do momento introspectivo que eu vivenciava até o teu oportuno e significativo telefonema que me fez lembrar da vida lá fora.
A saúde está além dos nossos umbigos, mas há questões que passam inescapavelmente por ele.
Sabemos, entretanto, que não há respostas pr'aquilo que verdadeiramente tem importância.
Fiquemos então com complementaridade dos nossos amigos John e Paul. Salve o Macaco - embora o próprio Lennon tenha dito que "the Walrus was Paul"!

12:03 AM  

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