eu de mim

10 novembro 2006

sociologicamente pregando

o mundo é desse jeito meio fajuto. meio que se ajusta às conveniências do bom mocismo. do bom caráter alugado por uma moralidade claustrofóbica que se combina a um jeito politicamente correto, e que emanana a possibilidade do ajuste de contas com a crise da ética política. meio que sem querer o indivíduo se impõe a ele mesmo o meio de querer tudo pelo caminho. voracidade da condição de se fazer um ente político participativo. o ser que carrega a bandeira do ajuste de contas com as desigualdades sociais. o ser que se fotografa como redentor das causas da esquerda. moribunda idéia de se parecer com uma espécie de santo barroco. inquisitivo na argumentação de que o mundo pode ser outro. toda essa idéia se parece com um conceito mais próximo da preservação da própria espécie. da perpetuação de sentido humano pelo equilíbrio das forças sociais. parece-me que o mundo desse querer é um quadro do romantismo barato, e de um utopismo medíocre que mais se parece com a voz dos salmos narrados por cid moreira. uma profunda idiotização sobre a alegoria do mundo perfeito. do mundo com fundo em azul. do mundo pra lá de bom. daquele ser humano que se acredita o redentor das promessas na cruz. que se inventa no meio de tanta esquizofrenia, mais se parecendo com o pai torto que se indispos com a família e foi dizer no púlpito que o mundo era quem estava errado. trágico mundo que é o melhor bode expiatório aos nossos dilemas. que se encare o mundo como ele se faz, e como nós nos fazemos dentro dele. nem teoria, nem ideologia. muito menos essência. o modelo mundo é que dele se é. uma rasura. um punhado de terra e muita poeira nos olhos. um visgo de mal nos olhos viciados de sandices. a atrofia da viseira que se coloca desde os primeiros anos, e que não se tira por mera lógica reprodutiva do status quo. cada vez menos nos parecemos com o vislumbre da emancipação humana, na forma que se entende que modernidade é um receituário de formalidades para esse fim. esse ser humano que se cria é uma invenção às nossas banalidades de crença no altruísmo. que nos faz parecer com um homem que se prega toda noite à cruz dos milagres por querer acreditar que a humanidade se pode convencer que é outra coisa além da mediocridade em que chafurda.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Grande Gil! Invado este espaço pra perguntar quando vais mandar as fotos do nosso último encontro festivo!!
Salve as tuas pregações sociológicas!

6:02 PM  
Blogger Mario Davi Barbosa said...

sua indignação me alegra, não pela vontade de ver o circo pegar fogo (eu bem queria...), mas pela esperança de ver uma saída em meio a tanta penumbra, onde a escuraião do bem e do mal, certo e errado, e tantas outras faces dúbias e incomunicáveis do maniqueísmo afogante, não deixa a mente humana extrapolar a compreensão da própria existência e atrasa "o projeto" - intenção, ideal...- da emancipação do ser desumano.

9:38 AM  

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