eu de mim

15 outubro 2006

rio-vitória

é tão mais óbvio daqui!
quase mais claro que aquela viagem de tantos anos atrás.
foi em férias de julho ou dezembro, agora não lembro, que sentia vontade de ficar mais na estrada do que no ponto final. gostava das paisagens da manhã. das gentes se acordando num movimento de cotidiano. sensação de estrada. barranco. visão de montes. vistas de placas. direções. tinha a parada. o gosto do pastel. o cheiro forte de mijo no banheiro masculino. éramos aquelas pessoas indo para lugares distintos. olhava o movimento dos cafés. daquelas pessoas que gostavam do café. me parecia bebida de adultos. o mixto quente. o misto quente em diferentes ortografias. óleo diesel. o som da partida dos motores. era assim que me chega tanta descrição. chegavam cada vez mais ônibus. kilômetros. cada vez mais passageiros indo para seus interiores e capitais. éramos diferentes em iguais paragens. também tinha a cor do barro. o menino e o barro na ânsia de querer enxergar mais do que aquele janela ali mostrava. ir pra fora. as pontes. correr o rio debaixo da ponte. era passagem de uma só parada. paragem de muitos pés. asfalto. o tombo da roda sobre o buraco. a busca da chegada. essa ansiedade de se reconhecer em quem se esperava chegar. chegamos pra muitos lugares além daqui.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Belíssimo texto Gil! Eu estava ali junto contigo!

1:01 PM  
Anonymous Anônimo said...

Belíssimo texto Gil! Eu estava ali junto contigo!

1:02 PM  
Blogger Gil Maulin said...

acho que todos vocês estavam ali... reconheço muitos de vocês...

9:53 PM  

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